Quem tiver estado atento às televisões e jornais desde quarta-feira à noite, decerto terá ficado aterrorizado com as novidades do orçamento para 2011
Quem tiver estado atento às televisões e jornais desde quarta-feira à noite, decerto terá ficado aterrorizado com as novidades do orçamento para 2011, devido à fortíssima machadada no poder de compra das famílias. Mas o aspecto mais interessante das notícias não foi a redução dos benefícios fiscais (escandalosa na Saúde e Educação), a penalização dos pensionistas (injusta), nem a quebra de sigilo bancário para quem deve ao Fisco (aceitável) e nem sequer a redução do número de anos em que as empresas podem declarar prejuízos (necessária). Foi a ausência total de referências ao corte de despesa pública, nomeadamente corrente. Cadê os organismos públicos a fechar (e quando)? Cadê os que se vão fundir (e quando)? Mais: onde vai o Governo cortar a mais se a economia entrar em recessão, ao contrário do que prevê o Orçamento (certamente uma antecipação do dia 1 de Abril). Menor crescimento é igual a menos receita…
Esta atitude mostra a marca genética deste Governo… e de alguns que o antecederam: quando o Estado tem dificuldades corre ao bolso dos contribuintes, em vez de cortar despesa. Os mais tolerantes dirão que já conhecemos o corte de 5% nos salários do Estado e que amanhã conheceremos os restantes. O problema não é esse, é a postura: se o Estado pede sacrifícios a famílias e empresas, tem de lhes anunciar, ao mesmo tempo, que vai fazer uma dieta tão rigorosa quanto a delas. Até para credibilizar a mensagem de austeridade que quer passar ao País. Em vez disso o que fez? Manteve obras públicas, como o TGV. They don't get it…
Fonte: entrevista Camilo Lourenço
Sem comentários:
Enviar um comentário